Autor: Bern Entschev
Blog: Vida Executiva / Revista Amanhã
Fazer o que a empresa ou o chefe pedem é relativamente fácil. A diferença está no extra
Quanto por cento você dá de si mesmo à empresa? Você sempre entrega o que lhe pedem? Se a primeira resposta veio até os “100%”, e a segunda é resumida com um singelo “sim”, eu diria que é possível aprimorar, e muito, este potencial de retorno melhorando a sua iniciativa/proatividade.
A intenção inicial é dar uma “cutucada” na atitude das pessoas, que involuntariamente responderão exatamente o que está abaixo das perguntas. Mas analisando friamente a situação, isto vai além daquela história do copo meio cheio ou meio vazio – que já virou praticamente lenda por aí.
Fazer o que a empresa ou o chefe pedem é relativamente fácil – qualquer um pode fazê-lo, desde que tenha a qualificação necessária. A diferença está no extra. Não que o mercado não procure os profissionais operacionais, estes são muito demandados, mas os proativos são os que geralmente conseguem dar voos mais altos. E como se tornar um profissional proativo?
Sabe aquela pessoa que, primeiramente, bate de porta em porta para pedir emprego? Aquela que além de entregar o relatório, elabora um outro documento com sugestões de aprimoramentos para a área? Aquela que além de voltar com a passagem de avião do chefe, trás também a previsão do tempo, com a agenda cultural da semana e uma relação de restaurantes próximos ao hotel? Aquela que lê e pesquisa sobre a área de trabalho, mesmo que não lhe peçam para fazer isso, mas somente com o intuito conseguir trazer e apresentar novidades para a empresa? Acho que consegui traduzir um pouco do espírito do proativo.
Esse espírito, aliás, geralmente está naquelas pessoas inquietas, que dificilmente se acomodam, que a rotina lhes incomoda, e isso as motiva a buscar sempre mais. Não se trata de ganância por mais poder ou uma promoção, mas sim o utilizar de maneira inteligente a criatividade que todo ser humano tem para oferecer melhorias ao trabalho.
Geralmente as pessoas comparam esse tipo de perfil (proativo) com pessoas comunicativas, que falam com todo mundo e são muito relacionais. Diria que isso é um grande engano. A capacidade relacional é totalmente distinta da capacidade de inovação ou da criatividade. Muitas dessas pessoas, grandes cabeças pensantes, são pessoas extremamente tímidas. E há maneiras de fazer essas pessoas botarem para fora o mundo de ideias que possuem.
Não há ainda uma maneira de adivinhar o que os outros pensam, mas os tímidos podem conversar com o chefe ou com colegas próximos e pedir que lhe incluam mais em projetos diferentes, que peçam mais sua opinião etc. Com isso, naturalmente a pessoa irá desenvolver sua capacidade relacional, além de poder mostrar suas sugestões e pensamentos aos colegas.
Profissionais que vivem de braços cruzados, não oferecem ajuda aos colegas, não pensam diferente, não procuram inovar e ficam somente no feijão com arroz de sempre estão, infelizmente, com os dias contados. As empresas querem cada vez mais pessoas flexíveis, capazes de refletir sobre aquilo que produzem.
Por fim, deixe de lado a preguiça. Descruze os braços, arregace as mangas. Se conseguiu fazer seu trabalho todo num curto espaço de tempo, parabéns! Mas o que mais você pode fazer? Será que ninguém precisa de sua ajuda? Será que não é hora de sugerir algo novo? Pense no seu futuro... se for para crescer, você precisará absorver mais responsabilidades, que vão muito além do que você faz hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário