quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Carlos Drummond de Andrade - Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.


Para ouvi-lo declamando esse poema, entrem nesse site: http://www.memoriaviva.com.br/drummond/poema039.htm

--> Mãe, todos os dias sinto sua falta...alguns dias mais do que outros...hj eu queria seu colo, seu afago...saudade!

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