Olá a todos,
Nd mais apropriado para o dia de hoje, 26 de julho, dia dos Avós, para falar um pouco de como é cuidar de minha avó, uma das pessoas mais importantes da minha vida.
Dona Leda, avó, guerreira, 87 anos (quase 88), professora aposentada de Geografia e História, virginiana, viúva, excelente mãe, criou dois filhos com mtas dificuldades, um destes filhos é a minha mãe (cuja morte há 5 anos atrás, foi uma perda irreparável para ela), mente lúcida, corpo enfraquecido depois de mtas batalhas (3 infartos, algumas isquemias, várias internações, outras tantas paradas respiratórias, diabetes, pressão alta, osteoporose, e por aí vai...).
Esta é minha vó, principal referência e modelo na minha vida, pessoa calma, ponderada, equilibrada e generosa, a quem eu admiro mais do que tudo, ajuda a todos q precisam sem reclamar, pelo contrário, procura dar palavras de conforto e carinho para quem chegar a ela com coração aberto.
Dividiu o quarto comigo por quase 3 décadas, me dava achocolatado na cama, dormia comigo quando eu era criança, cuidou de mim quando estive doente, me escutava ensaiar para as apresentações da escola, ia nas reuniões de professores representando minha mãe, me beliscava quando eu aprontava, ajudou praticamente 100% nos custos da minha faculdade de Psicologia, chorou comigo com minhas desilusões amorosas, torceu e torce pelo meu relacionamento com o Theo, esteve presente nos momentos mais tristes e mais felizes de minha vida, deu e continua dando os melhores conselhos que alguém com mta sabedoria poderia dar.
Nesta fase atual de nossas vidas, as circunstâncias me levaram a necessidade de cuidar dela com mais empenho e dedicação e enquanto não estou novamente recolocada no mercado de trabalho, nd mais justo e coerente do que estar ao lado dela, sendo a força que às vezes lhe falta para realizar atividades que para nós parecem simples e rotineiras.
A vida de um cuidador não é fácil, ao contrário, em certos momentos chega a ser frustrante, dá vontade de chorar tamanha a sensação de impotência que eu sinto, mas cuidar de alguém como minha vó, apesar dos momentos desafiadores, é tb uma honra, pois ela confia plenamente em mim e é agradecida por td que faço, até mesmo por coisas que eu me sinto na obrigação, enquanto neta, de realizar.
É difícil dar broncas nela, força-la a reagir, motivá-la a seguir em frente, distinguir o que é algo sério de algo mto sério, pois a cada dia, sua condição se torna mais delicada e eu reconheço o quanto viver chega a ser sacrificante para ela...
Esta semana foi particularmente difícil, pois além de ser a semana mais fria do ano na nossa cidade, o que já me levaria ter mais cuidado com ela, ela pegou um resfriado daquele, e ainda está lutando para se restabelecer, o que é algo mais complexo para um ser humano com quase 90 anos, com o histórico que ela tem
...
Estamos tirando forças, eu e ela, mas estou otimista, tenho que estar, que venceremos juntas, mais uma luta.
P.S.: Acho que este foi um dos posts pessoais - mais longos - que eu já escrevi...torçam por nós e, principalmente, por ela.
Abraços,
Jú