domingo, 30 de janeiro de 2011

White Hinterland - Icarus

Oii

Essa música fez parte da trilha sonora do desfile da CORI, hj, no SPFW e eu achei tão bacana que tive que descobrir quem era.

Escutem!!

Bjs,


Você pensa na reputação corporativa da sua organização?

Olá pessoal!

Faço parte de um grupo de RH o "RHLista"e há alguns dias um dos participantes postou um texto da revista HSM. Achei bacana pela reflexão! Eu mesma penso que é muito importante as empresas prestarem atenção à reputação que tem no mercado.

Espero q vocês gostem do texto!

Um abraço,
Jú M.


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De acordo com executivos, este deveria ser um assunto constante na agenda da presidência

Fonte: HSM Online
http://www.hsm.com.br/

A reputação de uma empresa é conquistada com muito trabalho. Mas quem pensa que basta apresentar um produto de qualidade perde o bonde da história.

Não há uma fórmula precisa que determine os passos a serem seguidos, mas existem pontos cruciais que devem estar sempre em prática para que a reputação não seja maculada: comunicação aberta, governança, transparência, coerência, compromisso, interdependência.

E responsabilidade social não é mais, simplesmente, fazer o bem. Assim como sustentabilidade não é só plantar uma arvorezinha de vez em quando.

A responsabilidade social corporativa representa, hoje em dia, 40% da reputação da empresa, segundo Margareth Goldenberg, diretora de Responsabilidade Social Corporativa da Agência Repense.

De acordo com a executiva, o desenvolvimento do capitalismo trouxe aumento da riqueza e do poder e, consequentemente, aumentou também as responsabilidades. “Não dá mais para fazer negócios como há 20 anos”, ressalta Margareth. Para ela, a reputação se constrói sobre três bases: “cidadania, governança e ambiente de trabalho”.

Mas não é tão simples se comprometer com ações socialmente responsáveis. O primeiro passo é identificar a vocação, de acordo com a diretora da agência. Depois, é preciso saber qual é o público, o que essas pessoas querem e esperam, alinhar valores e visão, identificar os gaps e elaborar planos estratégicos para resolver as lacunas, manter o diálogo constante e ter em
mente que sempre há espaço para melhorar.

Segundo Ana Luísa de Castro Almeida, diretora do Reputation Institute Brasil, que trabalha em mais de 30 países com consultoria para empresas, quanto melhor a reputação, melhores são os resultados.

A executiva salienta como ponto importante a comunicação, tanto de como a empresa se apresenta quanto do retorno que recebe dos grupos de pessoas que se relacionam com a ela. As boas relações com clientes, fornecedores, investidores e funcionários também agregam valores.

Se há muito tempo descobriu-se que a propaganda é a alma do negócio, a propaganda boca-a-boca em tempos de redes sociais ativas, ganha outra dimensão, tanto positiva quanto negativa.

Um serviço mal prestado por uma empresa, que não deu a devida atenção a um cliente “criativo”, pode receber uma crítica, compartilhada com milhões de pessoas. Foi o caso de um passageiro de uma companhia aérea americana, que teve seu violão quebrado no transporte. A musiquinha que o consumidor postou numa dessas redes já recebeu cerca de 9,5 milhões de acessos, com um ponto de vista não muito favorável à empresa de aviação civil.

André Faria, diretor de Planejamento da Repense, acredita que é por isso que é importante as empresas serem honestas, assumir erros e se comprometerem com ações responsáveis, o que ele chama de capital positivo de confiança.

Outro exemplo apresentado por Faria foi o compromisso assumido por um fabricante de sabonetes contra o desmatamento na Indonésia e pela extração sustentável do óleo de palma, matéria prima dos produtos.

A bela campanha da empresa, na qual mostrava todos os benefícios dos ingredientes, foi contraposta por outra, de um grupo ambientalista, que denunciava a forma devastadora e destrutiva da floresta. “Num mundo tão exposto, ter o capital positivo de confiança é um ativo muito importante para a empresa”, diz o diretor da agência.

Não é tão fácil alcançar um alto nível de reputação sem um trabalho sério. Mas não é impossível. Em alguns casos, é preciso um tratamento de choque. Eduardo Eisler, executivo da Tetra Pak, produtora de embalagens para alimentos, uma empresa familiar sueca, no mercado há quase 60 anos, conta que teve dificuldade para convencer a presidência de que era preciso repensar atitudes e ações.

Eisler lembrou que a autoavaliação de um grupo líder no mundo foi um processo duro, mas, com a ajuda do Reputation Institute, foi possível mensurar a imagem da companhia e traçar estratégias para aproximar empresa, funcionários e público. Segundo o executivo, sem reputação, não se vende nada: “as pessoas vão escolher as empresas não somente pelos produtos e serviços, mas pela reputação que elas têm”.

A valorização do capital humano é outro fator relevante para aumentar a reputação da empresa. Na Algar, os funcionários são tratados como associados, uma forma de fortalecer o comprometimento de cada um no crescimento do grupo.

Segundo Ana Flavia, coordenadora de Marketing e Sustentabilidade do Grupo Algar, as relações de hierarquia deixaram de ter o formato de pirâmide e passaram a ser mais horizontais, para que todos tenham participação ativa nas decisões da empresa. “Não é só o emprego que deixa as pessoas felizes”, ressalta Ana Flavia. Se a empresa tem como missão oferecer serviços para
suprir as necessidades da comunidade, é coerente incluir seus colaboradores no público-alvo.

Se a preocupação com a identidade da marca estiver forte, é um passo para começar a autoavaliação. Este processo deve incluir a disposição para aumentar a transparência; garantir a comunicação recíproca, com informações claras e verdadeiras; coerência no discurso e nas ações; responsabilidade social, ambiental e econômica efetiva; valorização humana, com atenção ao
ambiente de trabalho; e compromisso com a cidadania.

Deitar no divã pode ser doloroso, mas, por outro lado, é cada vez maior o número de profissionais capacitados a mensurar o nível da reputação corporativa. Eles estão aí para ajudar quem já levou um susto ou quem quer fortalecer sua imagem sem traumas.

sábado, 29 de janeiro de 2011

The Big C

Oiii pessoal..

Comecei a assistir há alguns dias atrás essa série que passa na HBO e conta com a interpretação de Laura Linney, como a professora e dona de casa Cathy Jamison, e que ganhou o Globo de Ouro desse ano de melhor atriz em série cômica.

Na série sua personagem descobre que está com um estágio avançado de câncer e que lhe resta poucos meses de vida. A série poderia pender para o drama, mas não é esse seu intuito e sim mostrar as transformações que ocorrem na vida dessa mulher de meia idade e como ela lida com essa situação.

Estou amando a série, fazia tempo que não ria tanto...não apenas ela está excelente, como todo o elenco, que conta com: Gabourey Sidibe (a mesma atriz de "Preciosa"), Reid Scott (oncologista de Cathy), Phyllis Somerville (a vizinha rabugenta de Cathy), Oliver Platt (seu marido), Gabriel Basso (seu filho Adam) e John Benjamin Hickey (seu irmão).

Laura Linney realmente mereceu esse prêmio, ela é uma ótima atriz...alguns filmes que eu assisti com ela e amei foram: "A Família Savage", "Kinsey", "Simplesmente Amor", "Sobre Meninos e Lobos", "A Vida de David Gale", "O Show de Truman", "As Duas Faces de um Crime", etc.... (nada como a ajuda do IMDB para lembrar das coisas!!!!).

Fica a dica!!!

Bjo,
Jú M.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

You Don`t Know Jack


Olá pessoal..

Esse telefilme, que no Brasil foi traduzido como "Dr. Morte", e foi exibido pela HBO, não trata de um tema fácil: suicídio assistido ou eutanásia. Falar sobre esses assuntos é certeza de mexer num vespeiro e despertar muitas discussões.

Apesar de ousado, conta com uma interpretação inspirada do talentoso Al Pacino como o Dr. Jack Kevorkian (que lhe rendeu um Globo de Ouro e um Emmy), o que ajuda a nos manter interessados na biografia desse médico que ficou famoso por ter sido responsável por ajudar a encerrar a vida de centenas de doentes terminais, que recorriam a ele.

O filme mostra a "batalha" de Jack contra o sistema jurídico de Michigan, nos Estados Unidos, que não permite que ele faça seu trabalho (!). Além disso faz um recorte de um personagem solitário, excêntrico e que realmente acredita que está fazendo a coisa certa, e das pessoas que o rodeiam e o acompanham nessa jornada, como sua irmã, seu poucos amigos e seu advogado.

Não é um filme que agradará a todos, seja pela temática, seja pelo ritmo lento, mas eu super recomendo pela coragem e pela imparcialidade com que trataram o tema. É quase um soco no estomâgo, para ser bem sincera.

Destaque para o elenco de apoio que conta com: Brenda Vaccaro, Susan Sarandon, Danny Huston e John Goodman.

P.S. Só para lembrar, o diretor Barry Levinson, dirigiu bons filmes como Rain Man, Vida Bandida, Sleepers, O enigma da pirâmide, etc.

Para saber mais sobre o filme e sobre Jack Kevorkian, que está vivo e com 81 anos, leiam esses artigos abaixo:

http://www.ionline.pt/conteudo/57287-you-dont-know-jack-retrato-do-homem-conhecido-dr-morte e http://cinemaeargumento.wordpress.com/2010/07/14/you-dont-know-jack/

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Um abraço,
Jú M.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Lixo Extraordinário

Olá!!

Quando comentei a respeito do Vik Muniz há pouco mais de 1 mês eu não imaginava q teria oportunidade de assistir ao documentário dirigido por Lucy Walker, João Jardim e Karen Harley tão cedo!

Qual não foi minha surpresa, quando li que teria uma sessão especial de Lixo Extraordinário no Espaço Unibanco do Miramar, todos os dias dessa semana às 18h00.

É claro q eu não podia perder essa oportunidade!! Ainda bem q eu fui! :)

Não tenho palavras para expressar o quanto eu gostei! Sério, gente!! Um dos melhores documentários que eu já assisti até hoje!!!! Deu vontade de aplaudir de pé...

A sessão que eu fui estava bem vazia, mas quando o filme acabou, dava para ver q as outras pessoas que estavam lá também compartilhavam a mesma impressão q eu...

Sabe quando você assiste um filme e não consegue se conter???
É impossível não sair pensando na nossa própria vida e na vida das pessoas que participaram do filme (catadores de materiais recicláveis do maior aterro sanitário da América Latina, no Rio de Janeiro, em Duque de Caxias, o do Jardim Gramacho).

O foco, é claro, está no trabalho de Vik Muniz, suas origens e seu papel nas Artes Plásticas da atualidade (o filme quase o aponta como um herói e às vezes ele pode soar meio arrogante), mas sobra espaço suficiente para debater a diferença entre classes, a reciclagem e o meio ambiente, o trabalho inóspito desses catadores, a inclusão social e o impacto que a arte tem na vida das pessoas, daquelas pessoas, em particular.

Não é a toa que o filme ganhou prêmios como o do Sundance Film Festival e do Festival de Berlim.

Como muiiiiitos críticos comentaram, as melhores e mais emocionantes cenas do documentário são quando os catadores aparecem. E é fato que o projeto que eles participam com a orientação de Vik realmente deixa marcas positivas nessas pessoas tão sofridas.

Vale a ida ao cinema, com certeza, seja para conhecer mais sobre esse artista inegavelmente talentoso, seja para conhecer mais a respeito da realidade cruel de um aterro sanitário e das pessoas que lá trabalham.

Um abraço,
Jú Matias

domingo, 23 de janeiro de 2011

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tostar neurônios tem limite

Oi pessoal

Li essa reportagem da Revista Amanhã e achei bem interessante a reflexão...

Espero q vcs gostem!

Bjs,
Jú M.

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Tostar neurônios tem limite

Nem sempre a agenda cheia de compromissos e projetos é gratificante. Saiba quando o excesso de trabalho começa a afetar a produtividade

Blog Vida Executiva

Bernt Entschev


Enquanto alguns estão voltando das férias, ainda aquecendo os motores, outros já estão com muito trabalho. Alguns, até demais. E, com isso, vemos uma questão: ter trabalho demais é bom ou ruim?

Estudos concluíram que estimular a mente de diferentes formas, realizando diferentes atividades, aumenta a criatividade e capacidade de inovação, mas sobrecarregá-la de conteúdo pode ter o efeito contrário: queda de rendimento. É comum ver profissionais com listas e pilhas de coisas para fazer – o que certamente é ruim tanto para empresa quanto para funcionário.

Mas o que explica a queda no rendimento se as tarefas são realizadas uma a uma? O problema é que, com o cérebro preocupado na resolução de 20 tarefas dentro de um tempo hábil no qual ele sabe que só resolverá a metade resulta em complicações como. Entre elas, as faltas de foco e de tempo. Além disso, quando o trabalho fica sob pressão, surge o problema de administração das prioridades – isso sem levar em consideração os imprevistos e pedidos fora de hora, pausas para café e descansos para corpo e mente.

Pensando nisso, observo que a prática tem culpa nos dois lados: 1) a empresa: ela simplesmente empurra as tarefas aos subordinados como se empurra uma pedra do penhasco; 2) os profissionais: eles não conseguem, e muitas vezes nem podem, impor limites ao seus afazeres.

“Afinal, o que é um pingo para quem está encharcado?”

Com essa impossibilidade ou incapacidade em dizer não aos superiores, o que vem em seguida (geralmente) são noites em claro, almoços com fast food e fins de semana sem a família, já que estão debruçados sobre as máquinas correndo contra o tempo para dar conta de tudo. Depois, a qualidade destes profissionais acaba diminuindo de modo notório – e as empresas, mesmo vendo as olheiras de seu funcionário, muitas vezes não se dão conta do motivo.

Além disso, um profissional que trabalha sozinho, principalmente em empresas com setores enxutos, tem que escolher entre focar seus neurônios em um projeto ou outro. Em contrapartida, quando há equipes, é possível conduzir vários projetos ao mesmo tempo, graças à divisão de tarefas. Tudo sem comprometer prazos e qualidade.

Mas a coesão da equipe só é colocada à prova quando surgem problemas. Uma vez que várias cabeças pensam melhor que uma, todas as possibilidades para resolução de problemas ou otimização dos processos será pensada e repensada com as ideias de todos, que trabalham com muito mais calma e em seu tempo.

Qual a solução?

Por motivos como esse, a construção de equipes sólidas e bem formadas têm sido cada vez mais bem vista por gestores. Não é à toa que se “bate na tecla” de que é preciso desenvolver o espírito de equipe, ampliar a capacidade de liderança e, independentemente da posição que se ocupa, estreitar os relacionamentos com todos. Por isso, também, profissionais com essas habilidades inatas têm sido os mais procurados.

Para que um profissional trabalhe a todo vapor e dê bons frutos, é fundamental que ele tenha um tempo para si. É verdade quando dizem que existe hora de começar e hora de parar. As férias remuneradas, feriados e fins de semana têm, realmente, grande importância e influenciam a produtividade de cada um. Ter um horário de trabalho regular, que não tenha “extras” irregulares e fora de horário também entra nesta conta. Além disso, exigir (mesmo que nas entrelinhas) que um profissional abdique seus momentos de descanso “em prol do desenvolvimento de todos” não é uma atitude ética de uma empresa que preza pelo bem estar de seus funcionários. E, havendo uma equipe bem formada, não há porque isso acontecer.

http://www.amanha.com.br/blogs/92-vida-executiva--por-bernt-entschev/1353-tostar-neuronios-tem-limite

Fireworks - PS22chorus (cover Kate Perry)



nem curto a kate perry, mas achei esse cover mto fofo...

bjs.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Francisco Daudt - O mecanismo da negação

Olá pessoal!

Não é novidade que eu adoro o caderno Equilíbrio da Folha de SP. Portanto, hoje eu posto a coluna do psicanalista Francisco Daudt q achei bem interessante.

Espero q vcs gostem!

Bjs
Jú M.

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O mecanismo da negação
FRANCISCO DAUDT
fdaudt2@gmail.com.br

MINHA CABEÇA entrou em parafuso quando soube, na quinta-feira, que a casa de um amigo na região serrana do Rio havia sido varrida pela tempestade do dia anterior, matando uma família a quem ele a tinha alugado. Imagino, com imensa dor, a dele.

O que aconteceu comigo?

Por acaso eu não sei que os verões trazem enxurradas e, com elas, riscos de morte?

Que grande surpresa é essa?

É o rompimento de um importante filtro do cérebro, algo como um "firewall" de computador, um dos principais mecanismos de defesa que nos permitem viver e funcionar, chamado negação.
Ai de nós se não houvesse a negação. Quer experimentar? Você vai morrer, não?

Pode ser hoje, por assalto, infarto. Aquela dor na barriga?

Pode ser câncer. Vai viajar?

Para Paris? Lembra o voo da Air France? Onde está seu filho? Tem certeza? Ele está dirigindo?

Ihh...

E que tal ser velho pobre?

Seus filhos vão interná-lo num asilo, num depósito de moribundos, babando numa cadeira, olhando uma televisão preto e branco, enquanto ninguém troca o fraldão?
Quem pode viver pensando nessas coisas? É aí que entra o antivírus negação. Ele permite que o cérebro funcione sem travar. "Minha filha dirige bem, pode voltar às 3h que não vai acontecer nada."

"O transporte aéreo é o mais seguro, muito mais do que atravessar uma rua."

Ou, como nem poderia passar pela cabeça do meu amigo: "Temos esse terreno há 70 anos e ele nunca foi área de risco. Por que me preocupar agora?".

Nem poderia, nem passou.

Ele, sem saber, estava usando um modulador da negação chamado probabilidade.

Não há nada garantido nessa vida. Eu moro numa vila. Passam helicópteros por cima. Quem me garante que um dia desses... Ninguém, certo? Mas as chances são pequenas de eu acordar com um aparelho no telhado.

Por outro lado, se alguém cruzar a rua fora da faixa com os olhos vendados, suas chances de morrer serão altas, mesmo que ele diga que Santa Caropita o protege e que nada vai acontecer.

Ele estará exagerando na negação e desconsiderando as probabilidades. Ou seja, estará prejudicado no software de bom funcionamento.

Em outras palavras, o pobre coitado está com algum parafuso solto ou andou bebendo água que passarinho não fuma, ou coisas que tais, capazes de provocar desarranjo no delicado equilíbrio cerebral: avaliar a realidade e saber o quanto é necessário levá-la em conta e o quanto é necessário descartá-la.

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FRANCISCO DAUDT, psicanalista e médico, é autor de "Onde Foi Que Eu Acertei?", entre outros livros.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq1801201101.htm

Lone Justice - Shelter




adoro essa música! antigaaaaaaaaaaa...rsrs

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Rio de Janeiro e suas vítimas

Olá..

Mto tem se falado a respeito das tragédias que tem ocorrido por causa das chuvas, das habitações irregulares e da inércia do governo. Infelizmente mtas pessoas morreram e as que sobreviveram perderam tudo.

Eu, particularmente, não consigo nem imaginar a dor e o sofrimento dessas pessoas, sem deixar de mencionar aquelas que tem seus entes queridos desaparecidos no meio de destroços, de lama e sujeira...é uma situação inominável....

Mas o foco desse blog não é político, não tenho como objetivo ficar falando coisas que já tem sido amplamente analisadas em todos os meios de comunicação.

Queria apenas dizer que me emocionei mto cada história e imagem que vi desde semana passada, não só no Rio de Janeiro, como Minas Gerais e São Paulo também e q me solidarizo com essas famílias e desejo que os danos emocionais não sejam irreparáveis como os danos materiais foram...

Além disso, quero colocar o link para quem quiser fazer doações....de resto é torcer para que a ajuda realmente chegue para quem precisa e não seja desviada como já li que tem acontecido.

O link é esse aqui:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1641913-15605,00-SAIBA+COMO+AJUDAR+AS+VITIMAS+DA+CHUVAS+NO+SUDESTE.html

Além disso, posto uma reportagem interessante da BBC a respeito dos efeitos de uma tragédia como a desse porte.

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Governo deve agir para evitar estresse pós-traumático em vítimas, dizem especialistas
Fernanda Nidecker e Alessandra Corrêa
Especial para a BBC Brasil e da BBC Brasil em Washington

Especialistas ouvidos pela BBC Brasil afirmam que a ação imediata das autoridades é essencial para evitar que as pessoas afetadas pelas enchentes e deslizamentos na Região Serrana do Rio sofram de transtorno de estresse pós-traumático.

A condição pode se manifestar em pessoas expostas a eventos traumáticos, como desastres naturais ou episódios provocados pelo homem, como guerras, ataques violentos ou sequestros.

Na opinião do psicólogo Chris Brewin, que trabalhou com vítimas do furacão Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans em 2005, a prioridade dos governos federal e estadual uma semana após a tragédia deve ser “reconhecer a dor das pessoas e tentar reconstruir a comunidade o mais rapidamente possível”.

“No Katrina, o governo demorou demais para entrar com ajuda. As pessoas se sentiram abandonadas”, avalia Brewin, membro da Divisão de Psicologia e Ciências Linguísticas da University College of London (UCL).

Irwin Redlener, diretor do National Center for Disaster Preparedness (Centro Nacional de Preparação para Desastres) da Columbia University, em Nova York, que também trabalhou com vítimas do Katrina, afirma que os governos têm a responsabilidade de oferecer apoio psicológico às vítimas.

"Em desastres naturais como o que está acontecendo no Brasil é certo que as pessoas vão necessitar de apoio psicológico, se não ao longo dos próximos anos, pelo menos nos próximos meses", afirma.

"O governo deveria oferecer apoio psicológico. Todas as famílias afetadas devem ter pelo menos uma avaliação preliminar por uma equipe de psicólogos", diz.

Ele afirma ainda que, como as pessoas comuns são geralmente as primeiras a responder a desastres, é importante que sejam mais bem orientadas para saber o que fazer nessas situações.

O centro que ele comanda na Columbia University foi criado após os ataques de 11 de setembro, com o objetivo de melhorar a capacidade do país de preparação, resposta e recuperação de desastres.

Reações

O psicólogo Michael Reddy, da British Psychological Society, explica que vários tipos de reações emocionais podem ser esperados das vítimas nestes dias que se seguem ao desastre na serra fluminense.

Segundo ele, muitos podem estar revivendo a situação o tempo todo, “sentindo medo e pavor novamente”. Outros podem estar evitando a todo custo pensar ou falar sobre o que passaram, e há ainda os que podem estar “sobressaltados, levando sustos facilmente e tendo pesadelos”.

Ele ressalta, no entanto, que essas reações são normais e, num primeiro momento, não devem ser identificadas como transtorno de estresse pós-traumático.

“O diagnóstico só pode ser feito após um mês de sintomas ininterruptos. Antes disso não podem ser chamados de transtorno”, esclarece Reddy.

Ele explica que as pessoas com mais chances de desenvolver a condição são as que tiveram suas vidas ameaçadas e viram parentes morrer. Em seguida, vêm os que não correram risco de morte, mas perderam familiares e conhecidos. Em último, estão as pessoas que não sofreram perdas diretamente, mas estão “horrorizadas” com o episódio.

Personalidade

Para Irwin Redlener, a reação ao desastre depende da personalidade de cada pessoa.

“Alguns são mais resistentes e não terão efeitos no longo prazo. Outros vão carregar o impacto psicológico por um longo período, vão sofrer de transtorno de estresse pós-traumático. Os que participaram da resposta inicial têm uma possibilidade muito grande de sofrer traumas de longo prazo", afirma Redlener.

Segundo o especialista americano, a primeira resposta das pessoas em casos com os das enchentes no Rio é tentar garantir a sobrevivência, e elas apenas reagem aos acontecimentos, sem tempo de processar as informações.

"Quando o perigo inicial passou, a pessoa já ajudou quem podia, ela para, respira e começa a ver a extensão do que aconteceu. É um período de confusão e desorientação. Um período de choque, quando percebem que tanta coisa mudou", diz.

Redlener afirma que isso ocorre não apenas com familiares de vítimas e testemunhas, mas também com profissionais que trabalham nas equipes de resgate.

Ele lembra que muitos bombeiros que atuaram no resgate e ajuda às vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, sofreram de transtorno de estresse pós-traumático por longos períodos.

"Todos estão sujeitos, inclusive profissionais que atuam no resgate e no auxílio às vítimas", diz.

Comunidade

De acordo com os especialistas ouvidos pela BBC Brasil, cerca de 60% das vítimas de desastres se recuperam do trauma sozinhos, sem precisar de apoio psicológico. Para os 40% que desenvolvem o transtorno, a ação da comunidade, com o apoio do governo, é extremamente importante.

“Em desastres de larga escala como esse, terapias de grupo organizadas pela comunidade funcionam bem porque incentivam as pessoas a se abrir, dividir experiências. Verbalizando os sentimentos lidamos mais facilmente com eles”, explica Michael Reddy.

Reddy conta ter coordenado um grupo de especialistas que ajudou vítimas do terremoto que matou 18 mil pessoas na Turquia, em 1999, e que se surpreendeu como o “valor da comunidade” foi imprescindível para a recuperação de milhares de pessoas que perderam tudo.

“Pelo que conheço do Brasil, imagino que seja uma situação semelhante, em que as famílias e os amigos são muito unidos.”

James Thompson, psicólogo do University College London, concorda. E, na sua avaliação, uma forma de superar traumas causados por desastres pode passar pela arte.

“Uma das técnicas é retratar o evento em forma de desenhos , peças teatrais ou pinturas, porque são meios aceitáveis de lidar com a dor”, sugere Thompson.

No caso do Brasil, segue ele, “isso pode passar pela música, dança, ou até uma novela”.

“O brasileiro tem a seu favor o entusiasmo, o espírito festeiro e a alegria. Em uma tragédia como essa, isso pode fazer a diferença e ajudar a comunidade a se reerguer”, diz.

Ainda segundo os especialistas, cerca de 15% dos pacientes não conseguem superar o transtorno de estresse pós-traumático, apresentando sintomas como ansiedade e depressão até três anos após o evento. Nesses casos, terapias individuais são o tratamento mais recomendado.

“O passo mais importante agora é garantir abrigo, comida, água e o mínimo de conforto possível. Em seguida, dar início à reconstrução das casas, mandar as crianças para a escola, voltar ao trabalho. Isso pode influenciar muito na maneira como essas pessoas vão lidar com as perdas de pessoas queridas e bens materiais”, detalha Chris Brewin.

Ainda segundo Brewin, a experiência com o Katrina ensinou que em situações como essa o governo deve evitar enviar as pessoas para longe da área do desastre para não quebrar o “laço social” que une a comunidade afetada.

“Muitas pessoas foram forçadas e se mudar para outros Estados do sul dos Estados Unidos e nunca se recuperaram emocionalmente, porque queriam ter refeito suas vidas onde moravam antes”, afirma.

Abandono

De acordo com Irwin Redlener, a sensação de abandono é agravada pelo fato de as pessoas esperarem que a ajuda oficial esteja a postos em uma situação desse tipo, o que nem sempre é possível.

"Geralmente há uma grande decepção. As pessoas estão acostumadas com o dia-a-dia, quando chamam o serviço de emergência e ele chega. Mas quanto maior a extensão do desastre, mais desorganizada será a resposta do governo", diz.

"Acabam tendo de tomar por conta própria medidas como procurar por comida, por abrigo, porque a ajuda oficial não está lá. Sentem-se isoladas, abandonadas e assustadas."

Segundo Redlener, que também é pediatra e especialista em saúde pública, as crianças geralmente sofrem mais o impacto psicológico de um evento como as enchentes no Rio.

"As crianças são particularmente vulneráveis. Podem ficar muito quietas, não falar sobre o assunto. É preciso garantir que sejam protegidas", diz.

Ele afirma que vários meses após a passagem do furacão Katrina, estudos mostravam que as crianças ainda sofriam um forte impacto da tragédia.

Tanto para crianças como para adultos, o tratamento deve incluir aconselhamento psicológico de longo prazo, diz o especialista.

Além dos ataques de 11 de setembro e do furacão Katrina, Redlener já acompanhou os esforços de resposta a desastres como o terremoto na Guatemala, que deixou 23 mil mortos em 1976, a fome de 1984 e 1985 na Etiópia, que matou 1 milhão de pessoas, e as enchentes no Paquistão no ano passado.

"Alguns desastres geram efeitos mais prolongados que outros. Alguns destroem casas. Outros destroem casas e toda uma comunidade", diz.

Redlener diz que também há uma diferença entre desastres sobre os quais há algum tipo de aviso prévio, como furacões, nos quais as pessoas podem se preparar, e aqueles que vêm sem aviso, como enchentes e terremotos.

"Mas em comum todos têm a falta de preparo das pessoas para reagir a um desastre. E dos governos também."

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/01/110117_enchentes_estresse_postraumatico_rw.shtml

Cisne Negro

Olá pessoal!

Ontem eu e o Theo assistimos Black Swan!! Putz, q filme!!!!! Como o Theo fala, Cisne Negro "é cult", mas é um cult legal, viu gente?!!! :)))

Fiquei colada na cadeira até o final, pensando a todo momento o q era real, o q era delírio! É tão bacana quando um filme provoca esse tipo de reação de "pulga atrás da orelha", não acham??


Acho dificil encaixá-lo em um só gênero, mas ele tem suspense, drama e terror.

Cisne Negro é dirigido por Darren Aronofsky e estrelado pela Natalie Portman q está fenomenal e dá um show - literalmente - como a bailarina Nina! E não é a toa que ela ganhou ontem o Globo de Ouro de melhor atriz dramática. Super merecido!!!!!!!

O ator Benjamin Millepied marido da Natalie Portman tb está no filme, além de Mila Kunis, Vincent Cassel, Barbara Hershey e uma pequena participação da Winona Ryder.

Acho importante não revelar muitos detalhes a respeito do filme e quem tiver curioso para assistir, só leia críticas após ter assistido o filme, pois quanto menos o espectador souber, mas envolvido ficará com a história....

Destaque para a fotografia, edição e trilha sonora, tudo super impecável!!!

Para quem ficar curioso para assistir mais algum filme desse diretor, eu super recomendo "Requiem para um sonho", de 2000. Um filme que também fala, de uma maneira diferente sobre como a obsessão de uma pessoa pode levá-la a enlouquecer...

Bom, e só para variar, aqui vai a crítica do Pablo Villaça, q eu adoro!!!
http://www.cinemaemcena.com.br/Ficha_filme.aspx?id_critica=7674&id_filme=5899&aba=critica


Um abraço,
Jú M.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Globo de Ouro


Pessoal,

Domingo às 23h tem o Globo de Ouro!! Adoooooooro essas premiações e o Globo de Ouro é uma das minhas preferidas!!!

As principais categorias são:

Melhor Filme (Drama)

“Cisne Negro”
“O Vencedor”
“A Origem”
“O Discurso do Rei”
“A Rede Social”

Melhor Atriz (Drama)

Halle Berry, (“Frankie and Alice”)
Nicole Kidman (“Rabbit Hole”)
Jennifer Lawrence (“Inverno da Alma”)
Natalie Portman (“Cisne Negro”)
Michelle Williams (“Blue Valentine”)

Melhor Ator (Drama)

Jesse Eisenberg (“A Rede Social”)
Colin Firth (“O Discurso do Rei”)
James Franco (“127 Horas”)
Ryan Gosling (“Blue Valentine”)
Mark Wahlberg (“O Vencedor”)

Melhor Filme (Comédia ou Musical)

“Alice no País das Maravilhas”
“Burlesque”
“Minhas Mães e Meu Pai”
“Red – Aposentados e Perigosos”
“O Turista”

Melhor Atriz (Comédia ou Musical)

Annette Bening (“Minhas Mães e Meu Pai”)
Anne Hathaway (“O Amor e Outras Drogas”)
Angelina Jolie (“O Turista”)
Julianne Moore (“Minhas Mães e Meu Pai”)
Emma Stone (“A Mentira”)

Melhor Ator (Comédia ou Musical)

Johnny Depp (“Alice no País das Maravilhas”)
Johnny Depp (“O Turista”)
Paul Giamatti (“Minha Versão para o Amor”)
Jake Gyllenhaal (“O Amor e Outras Drogas”)
Kevin Spacey (“Casino Jack”)

Melhor Animação

“Despicable Me” (“Meu Malvado Favorito”)
“How To Train Your Dragon” (“Como Treinar o seu Dragão”)
“The Illusionist”
“Tangled” (“Enrolados”)
“Toy Story 3”

Melhor Filme em Língua Estrangeira


“Biutiful” (México/Espanha)
“The Concert” (França)
“The Edge” (Rússia)
“I Am Love” (Itália)
“In a Better World” (Dinamarca)

Melhor Atriz Coadjuvante

Amy Adams (“O Vencedor”)
Helena Bonham Carter (“O Discurso do Rei”)
Mila Kunis (“Cisne Negro”)
Melissa Leo (“O Vencedor”)
Jacki Weaver (“Reino Animal”)

Melhor Ator Coadjuvante

Christian Bale (“O Vencedor”)
Michael Douglas (“Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme”)
Andrew Garfield (“A Rede Social”)
Jeremy Renner (“Atração Perigosa”)
Geoffrey Rush (“O Discurso do Rei”)

Melhor Diretor

Darren Aronofsky (“Cisne Negro”)
David Fincher (“A Rede Social”)
Tom Hooper (“O Discurso do Rei”)
Christopher Nolan (“A Origem”)
David O. Russell (“O Vencedor”)

Melhor Série (Drama)

“Boardwalk Empire”
“Dexter”
“The Good Wife”
“Mad Men”
“The Walking Dead”

Melhor Atriz (Drama)

Julianna Margulies (“The Good Wife”)
Elisabeth Moss (“Mad Men”)
Piper Perabo (“Covert Affairs”)
Katey Sagal (“Sons of Anarchy”)
Kyra Sedgwick (“The Closer”)

Melhor Ator (Drama)

Steve Buscemi (“Boardwalk Empire”)
Bryan Cranston (“Breaking Bad”)
Michael C. Hall (“Dexter”)
Jon Hamm (“Mad Men”)
Hugh Laurie (“House”)

Melhor Série (Comédia ou Musical)

“30 Rock”
“The Big Bang Theory”
“The Big C”
“Glee”
“Modern Family”
“Nurse Jackie”

Melhor Minissérie ou Filme para a
TV

“Carlos”
“The Pacific”
“Pillars of the Earth”
“Temple Grandin”
“You Don’t Know Jack”

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Destinos Ligados

Olááá pessoal!

Hoje assisti um filme sensível q mexeu bastante comigo: "Destinos Ligados", do diretor Rodrigo Garcia e q tem um elenco sensacional e afiadíssimo: Annette Bening, Naomi Watts, Samuel L. Jackson, Kerry Washington e outros...

Eu curto bastante filmes que mostram histórias q aparentemente nao tem correlação mas em um determinado ponto se entrelaçam..Destinos Ligados - como a própria tradução já revela - tem essa característica.

Em vários momentos me emocionei e me surpreendi junto com os personagens....super recomendo! ASSISTAM!!! Não se assustem com o ritmo arrastado, quase lento, a trama compensa isso!!!

P.S.: Abaixo uma música que passa durante os créditos e q achei mto fofa:

Um abraço,


Brian Eno - By this river



música liiiiiiiiiinda - porém triste - q toca no filme "o quarto do filho"

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Quem mexeu no meu lixo? Folha Equilíbrio

Por que é tão difícil se desapegar de papéis, roupas velhas, eletrodomésticos quebrados...
04.01.2010

Juliana Vines - DE: SP

Não existe vida nem história sem objetos, dizem os antropólogos. Isso explica os museus, as coleções de selo e até a pilha de revistas no canto da estante.

Não explica, porém, como e por que cada vez mais há quem adore (e estoque) bugigangas que, segundo a definição do dicionário, já deveriam estar no lixo.

"Objetos são muito mais simbólicos do que funcionais. Eles têm valor afetivo", diz o antropólogo Everardo Rocha, da PUC-Rio.

"Cada um quer ser curador da própria vida, ter uma coleção imensa de objetos. Muitas pessoas não sabem mais o que é lixo e o que não é."

A antropóloga e pesquisadora da Unicamp Valéria Brandini diz que os objetos carregam escolhas. Por isso é tão difícil jogar fora algo que, para os outros, não passa de quinquilharia. "Livrar-se de uma roupa velha pode significar perder uma parte de você, mesmo sabendo que aquilo pode ser útil para alguém."

Eu ou o Lixo

A princípio, não há nada de errado em acumular coisas. Até que suas coleções sejam tantas que passem a incomodar alguém.

O comerciante Sérgio Valente, 42, não aguentava mais viver junto com as roupinhas de bebê de seus filhos, já adolescentes. Sua esposa, Neide, 41, publicitária, fazia questão de guardar tudo. Tinha pilhas de roupas de todos os tamanhos (para usar se engordasse), utensílios de cozinha velhos e congelados vencidos. "Ela é desorganizada e dizia que não tinha tempo para arrumar. Dei um basta e insisti para contratarmos alguém que ajudasse nisso." Foram 11 dias de trabalho de uma especialista em organização e mais de 60 sacos de lixo de cem litros. E muitas coisas ainda ficaram.

De acordo com a psiquiatra Ana Gabriela Hounie, da Associação Brasileira de Psiquiatria, o colecionismo (mania de guardar objetos), quando em excesso, pode ser sintoma de transtorno obsessivo-compulsivo ou estar associado a depressão. Essas pessoas guardam dúzias de garrafas PET, escovas ou pilhas de enlatados. "Sempre há uma justificativa. Elas dizem que pode ser útil, que vão usar no futuro. Mas, no fim, nunca usam."

O psiquiatra Alvaro Ancona de Faria, da Unifesp, explica que ter um histórico de dificuldades financeiras pode desencadear o problema. "É um tipo de insegurança. Como se ela precisasse ter gasolina de reserva mesmo com o tanque cheio."

Segundo Hounie, é difícil diferenciar o colecionismo saudável do transtorno. Muitas vezes, além de guardar, a pessoa compra sem controle. Os casos mais extremos aparecem com a Síndrome de Diógenes -uma referência ao filósofo grego que vivia dentro de um barril. Quem tem a síndrome vive no meio do lixo, com pouca atenção à higiene, em um ato de autonegligência.
"Há pessoas ricas assim. É um transtorno difícil de ser tratado porque quem tem não se incomoda", afirma a psiquiatra Bárbara Perdigão, autora de um artigo sobre o assunto publicado na última edição do "Jornal Brasileiro de Psiquiatria".

Muitas vezes, nem terapia resolve. E, quando a casa é limpa, pouco tempo depois já volta a ficar como antes.

Sem Luxo

No fim de 2008, o empresário e escritor americano Dave Bruno, 39, decidiu que ia tentar viver com apenas cem objetos pessoais durante o ano seguinte. Foi o que ele chamou de "100 Thing Challenge" (o desafio das 100 coisas).

O desafio foi vencido sem dificuldades, diz ele. Tanto é que, mesmo depois de terminá-lo, continua vivendo com pouco. Na última contagem, em agosto de 2010, tinha 94 pertences, incluindo as peças de roupa e descontando meias e cuecas. "Eu não acho que há alguma coisa sem a qual eu não poderia viver. Só não me livraria da minha aliança", disse ele à Folha.

A escritora Letícia Braga, 39, decidiu viver com pouco depois de perder o marido e se ver em uma casa cheia de coisas que não usava. Mudou para um apartamento bem menor e deixou para trás móveis, revistas, eletrodomésticos e roupas. A experiência rendeu um livro: "O Prazer de Ficar em Casa" (Casa da Palavra, 80 págs., R$ 14,90).

"Tenho um fogão de quatro bocas e quatro panelas. Tenho só uma gaveta de utensílios, e olha que gosto de cozinhar", diz.

Então Libera

Não é preciso ser tão minimalista, mas para a filosofia chinesa do Feng Shui, já passou da hora de dar destino às coisas inúteis que você insiste em dizer que não são lixo. "Objetos sem utilidade ocupam espaço físico e mental e dificultam a organização das ideias", diz Maria Elena Passanesi, especialista em cosmologia chinesa.

Para a organizadora Ingrid Lisboa, bagunça é sinal de que algo está sobrando. "O descarte é o primeiro passo da organização", afirma. Segundo ela, todo mundo sempre tem algo no fundo do armário que não usa. Mesmo as pessoas mais organizadas e menos consumistas.
"Roupa velha é o que mais guardam. A peça não serve, está fora de moda, e a pessoa pensa que vai voltar a usar um dia. Só se for a uma festa do ridículo."

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Descarte:

SEM PENSAR
Tudo o que estiver quebrado ou velho demais. Vale para louças amareladas, panelas e potes de plástico sem tampa (ou tampas sem potes de plástico) e roupas velhas

PASSADO
Com alimentos e cosméticos é simples: passou a data de validade, lixo. Mas travesseiros, plásticos e escovas de dentes também vencem. Potes plásticos costumam ter validade de dois anos

NÃO COMPENSA
O conserto pode sair mais caro do que comprar um novo. É o caso de casacos de pele, peças de couro ou de verniz. A maioria dos eletrodomésticos também é descartável, como aparelhos de DVD e liquidificadores

PARADOS
Se você comprou faz um tempo e nunca usou, provavelmente nunca vai usar. Se você já usou, há uma tolerância. Alguns dizem que, para roupas, o prazo é dois anos. Para utensílios de cozinha, um ano

VÁRIOS DO MESMO
Três xampus pela metade, esmaltes da mesma cor e cremes iguais. Separe dois ou três e se livre do resto. Revistas e jornais com matérias não lidas podem ser recortados e guardados. Por que não imprimir receitas em vez de guardar pilhas de revistas que têm só uma receita boa?

PURGATÓRIO
Quando não tiver certeza se vai usar ou não um objeto, separe e deixe em um local visível por um tempo, como se estivesse de castigo. Coloque um limite de tempo (um mês, por exemplo). Se não usar durante esse tempo, é melhor doar

LIBERADOS
As exceções para as regras de uso são os sobretudos, casacos clássicos, agasalhos usados em viagens internacionais ou roupas esportivas (mergulho ou esqui) usadas em viagens. Livros de estimação e utensílios de cozinha temáticos e sazonais como formas de biscoito de Natal também são perdoados

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Fontes: Cristina Papazian, Heloisa Lúcia Sundfeld e Ingrid Lisboa, especialistas em organização

O quarto do filho

Olá pessoal!!

Um dos primeiros filmes que assisti nesse comecinho de 2011 foi essa maravilhosa surpresa do cinema italiano, "La Stanza del Figlio", ou "O quarto do filho". Dirigio por Nanni Moretti que tb interpreta Giovanni e dá um show como o pai de Andrea.

Esse filme, de 2001, que recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes, emociona ao mesmo tempo que nos leva a refletir sobre a vida que levamos, como lidar com a rotina, com o luto e com a culpa.

É impossível conter as lágrimas em certos momentos do filme...preparem o lencinho!
Assistam!

Jú M.